Dos farrapos vê-se o homem,
o homem que ninguém vê,
entre becos escuros na meia noite,
caminha com frio o invisível,
e ninguém vê.
Ao meio da rua estende a mão,
deitado na praça peleja uma ceia,
aquilo que Jesus ensinou a não negar,
e se nega sem nenhum sentimento,
e todo mundo vê.
Ao meio da rua, da praça, estende a mão,
e todo mundo vê,
mas cadê ?
Correu e ninguém viu,
só porque ninguém quer ver.
Nascidos da mãe Terra,
neste mundo cego e sorridente,
feliz é quem nem vê,
pois se visse metade do mundo,
daria tudo pra cego voltar a ser.
Encaraste esse poema,
que de nada vai lhe servir,
só fala do mundo seu,
mundo seu,
que você não vê.
Felipe Abreu
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